terça-feira, 27 de maio de 2008

Dias de 36 horas!!




O estranho mundo do século XXI é o curioso artigo de uma enciclopédia publicada em 1950. Além das típicas previsões de ficção científica, como viagens espaciais e veículos voadores, há uma que poderíamos chamar de “ficção social”: “No ano 2000 o homem será mais escravo do tempo, pois disporá dele para seu gozo pessoal. As coisas estarão organizadas de tal maneira que seu horário de trabalho permitirá o atendimento de todas as suas necessidades.” Ninguém precisa de muita observação para ter certeza de que esta previsão não se cumpriu, e está muito longe de se tornar realidade. Nunca o homem trabalhou tanto, mesmo contando com todas as maravilhas da tecnologia, e nunca teve tão pouco tempo para o atendimento de suas necessidades.

Vivemos escravos do tempo, que por muitos dias parece ser tão curto que não sobra tempo nem para nos mesmos.
De casa para o trabalho, do trabalho para a Igreja, da Igreja para casa... Moral da história, precisávamos de dias com 36 horas, mas sinceramente eu faço tantas coisas que 36 horas talvez seria bem pouco, comparado ao tempo que eu disponho.

Mas isso não me da o direito de fazer a obra do Senhor relaxadamente, muito pelo contrario me empenho ao máximo em fazer a obra do Senhor, com amor, força de vontade, fé, alegria (Alegrei-me quando me disseram vamos a casa do Pai) e sempre buscando meu melhor!

Porque na verdade é isso que importa, Deus vê o seu coração, e não se você esta fazendo algo para Ele ou não. Ele vê o seu interior, com que ânimo você faz a obra d’Ele.

Ultimamente venho pensado no discipulado, esta foi uma ordem de Jesus, portanto ide e fazei discípulos!
O problema é que andamos tão tomados pelo ativismo que nos esquecemos disso.

Eu só fui me dar conta de como o discipulado é importante quando uma irmã da igreja me disse: A E... (prefiro não citar o nome) é discípula da Heloize.
Eu olhei espantada afinal ter uma discípula era algo novo para mim, ainda mais tendo discípula sem dar discipulado!

Mas líder, se você realmente é um líder de excelência você precisa ter discípulos eles serão suas raízes amanhã!
São tantas reuniões, cultos e ensaios que o contato mais próximo, pessoal, gente com gente, vai sendo deixado de lado, pois não há tempo livre para isso.
Talvez se os dias tivessem 36 horas, ou quem sabe 48 horas, conseguíssemos dar conta de tudo o que temos que fazer.
Mas desde que o mundo é mundo – com exceção de dois eventos, um na época de Josué, quando a seu pedido Deus fez para o sol, e outro, na do rei Ezequias, que orou e fez a sombra do sol retroceder – os dias tem 24 horas. Ao longo de toda a história humana, foi dentro deste período diário que todos tiveram que desenvolver suas atividades.

Foi exatamente com dias de 24 horas que Jesus construiu seu ministério, que Paulo empreendeu suas viagens missionárias, que Matinho Lutero iniciou a religião protestante, que Spurgeon preparou e pregou seus milhares de sermões, Darby compôs seus hinos e traduziu a Bíblia – muito mais do que qualquer um de nós consegue fazer hoje, com as mesmas 24 horas diárias à disposição e mais toda a tecnologia.
O problema não esta no andar dos ponteiros do relógio, mas nas prioridades. A vida moderna exige que nos dediquemos a coisas demais. Inclusive e principalmente na Igreja.

Para colocar as coisas no lugar, temos que responder com sinceridade a estas perguntas: “Eu preciso, de fato, fazer tudo o que eu faço?”; “Não há pessoas quem eu possa delegar algumas das minhas tarefas?”; “Preciso mesmo gastar meu tempo da formo como o tenho feito?”.
Temos de ajustar nossa vida toda para focá-la no que é principal, intransferível, ordenado pelo Senhor da Igreja a cada um de nós.
Senão, corremos o risco de quando Ele voltar e pedir contas da tarefa que nos delegou, termos de responder envergonhados: “Sabe que é, Senhor? Não deu tempo...”

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